19 de setembro de 2015

Briefing

Em primeiro lugar, seja bem vindo Eduardo Baptista. Desejamos a você toda a sorte do mundo. Mas agora, é necessário um pequeno briefing sobre todo o panorama do Fluminense.

Desde a contratação de Cristóvão Borges, a filosofia seguida para a escolha dos técnicos no Tricolor é a mesma: escolhemos técnicos jovens e estudiosos do futebol, que não tenham os "vícios" dos técnicos boleiros. Condição que esta era do 7 x 1 contra a Alemanha realmente pede. E assim como seus antecessores (Cristóvão Borges, Ricardo Drubscky e Enderson Moreira), você também se enquadra nesta filosofia. Também estamos passando por um ano de transição, pois como todos sabem, nosso antigo patrocinador deixou o clube. Até conseguimos arrumar novos patrocinadores, sendo que os valores recebidos por um destes é usado para pagar somente a um dos jogadores (nosso ídolo Fred) e o outro, que anda passando por problemas financeiros, é usado para pagar o restante dos jogadores. E este panorama financeiro definiu nossa metodologia de contratações.

Em 2015 o elenco do clube foi montado com jogadores que obedeciam a um tipo de perfil: jovens jogadores avaliados por scout e captados para o clube por meio de empréstimos ou contratações de período curto (um ano de contrato no máximo), sendo que um destes você até já chegou a comandar (caso de Marlone) e outros até já deixaram o clube. Mantivemos Cristóvão Borges, apesar da torcida não ter gostado do rendimento dele frente ao time de 2014. Porém com o passar dos jogos, vimos que ele não conseguia dar um padrão de jogo ao time, pois se manteve fixo a um esquema de jogo onde não contava com as melhores opções para a aplicação do mesmo (erro recorrente do ano anterior), não criava variações táticas ou mesmo jogadas ensaiadas, indo muito mal no campeonato estadual. Como este técnico já estava com a imagem muito desgastada perante à torcida, decidimos procurar um novo comandante para o time. Inclusive, você foi uma das opções, porém naquela época você decidiu continuar seu trabalho no Sport.

Seguimos em frente e, mantendo firme nossa filosofia, contratamos Ricardo Drubscky, que conseguiu dar um novo ar ao time, escalando alguns jovens em detrimento de outros jogadores mais experientes e nos classificou à fase final da competição estadual. Mas os problemas anteriores persistiam, apesar de termos sido eliminados da competição na semi-final (sendo que vencemos o primeiro jogo e perdermos a classificação no segundo jogo por não termos jogado nada). Por causa disto, resolvemos fazer uma grande quebra de paradigma e mudamos o perfil de jogadores a serem contratados. Deixamos as jovens apostas de lado e voltamos à política de contratação de medalhões. Por que fizemos isso? Sei lá, achamos que era a melhor coisa a fazer, já que um deles havia acabado de sair por conta de uma proposta da China.

E então veio o Campeonato Brasileiro e o time ganhou na estreia, porém logo depois levou uma sonora goleada onde não conseguiu sequer tocar na bola. Drubscky após este resultado pediu demissão e contratamos o terceiro técnico, Enderson Moreira, mais uma vez baseados em nossa filosofia. O time voltou a apresentar uma grande vontade e em alguns jogos vencemos mais pela vontade do que pela técnica. Mas mais uma vez os mesmos problemas persistiam (a falta de padrão de jogo, a falta de variações táticas e jogadas ensaiadas). Aproveitamos e vendemos dois jovens jogadores promissores da base (Kenedy e Gérson). Enderson até descobriu utilidade em outros dois jovens que vieram da nossa base e que nossa equipe de scouts achou melhor emprestar ou negociar. Mas em algum momento, Enderson perdeu o controle dos jogadores. Talvez porque ele não saiba lidar com jogadores mais experientes, talvez por que não façamos uso de uma política de cobrança aos jogadores e tenhamos dado tanta liberdade a eles que resolveram criar seu grupo de "eleitos", mas isto não vem ao caso no momento.

Você acompanhou tudo, certo Eduardo? Então o que temos a dizer a você é: agora é o seu momento. Precisamos que você faça um milagre! Que escolha um esquema de jogo mais aplicável ao time tendo em vista todos os jogadores que temos no elenco, que faça ter um bom padrão de jogo com variações táticas de forma a dificultar a marcação adversária, que exiba um belo futebol, que afaste os jogadores que só querem tumultuar o bom ambiente e crie um mecanismo de meritocracia para as escalações, onde só vai jogar quem estiver bem, não importando seu nome ou status e caso seja possível, que auxilie os jogadores que estejam mal tecnicamente, a melhorar.

Sim, Eduardo, eu sei que este último pedido é responsabilidade totalmente nossa. Mas sabe como é, nós nunca cobramos nada deles antes e vai pegar mal começarmos a cobrar

Agora tem um detalhe. Não bastasse tudo isso, ano que vem tem a eleição e eu não quero perder o status de amigão que tenho com eles. Tem jogador que até me chama pra me dar um abraço quando vai comemorar gol no Maracanã!

Então Eduardo, terminamos este briefing aqui. Mais uma vez boa sorte e bom trabalho. Salve nosso ano e não deixe o Fluminense ser rebaixado.


Grupo Esperança Tricolor

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