26 de fevereiro de 2016

Conselho

Dissemos que não falaríamos mais sobre futebol no nosso último texto, mesmo apesar de agora já termos motivos para voltar a falar sobre o assunto. É salutar dizer que o Fluminense perdeu para um dos piores times que o Botafogo já teve em toda a sua história. E olha que a folha de pagamento do departamento de futebol alvinegro não deve chegar à metade ou dois terços da folha de pagamento tricolor. Mas vamos falar aqui sobre outra coisa. Vamos falar sobre responsabilidade.

Creio que muitos de vocês leitores conheçam ou já ouviram falar na rede social Twitter, tenham vocês sua conta na rede social ou não. Durante o jogo de quarta-feira, quem tem sua conta e segue o perfil de um dos conselheiros do clube, viu o mesmo tentando amenizar a culpa do péssimo rendimento do time em campo por parte do ex-técnico e jogando-as para os jogadores. De certa forma, concordo que os jogadores possuam a sua parcela de culpa, já que houve outros episódios onde os mesmos pareceram fizeram corpo mole. Também concordo que o ex-técnico possuía uma pequena parcela da culpa dos problemas do time. Reconheço que ele vinha apresentando um bom trabalho no seu clube anterior, até o momento onde ele descobriu que possuía um time titular e que o restante do elenco não era capaz de manter o bom rendimento em campo, já que alguns titulares haviam se lesionado. Porém tenho que reconhecer que mesmo este bom trabalho infelizmente não o habilitava para treinar o Fluminense, tendo em vista o atual panorama do clube.

E qual é o panorama atual do clube? Simples. Infelizmente somos obrigados a reconhecer que todo o departamento de futebol do clube estava (ou ainda está) sendo liderado justamente por quem não deveria estar comandando, o líder do elenco de jogadores. E por quê isto acontecia? Justamente por quê quem deveria realmente comandar o futebol do clube não possuía estofo para a função. E este decidiu que a melhor maneira de lidar com os jogadores foi ser a figura do "amigão" deles e não a de um gestor, que cobra quando há a necessidade não importando o status do jogador dentro do elenco. E como o "amigão" nunca se impôs como chefe do elenco de jogadores, criou-se um vácuo de poder que precisou ser preenchido por alguém. E infelizmente o líder do elenco assumiu este "cargo" faz tempo. Tanto é que desde o ano passado muitos torcedores percebem que só joga quem faz parte do grupo do Líder. Tendo em vista esta situação que ocorre no departamento de futebol do clube, como poderia um técnico jovem e com pouca experiência fazer mudanças drásticas no time se este sabia que não teria apoio do clube na sua decisão? Como fazer mudanças no time quando o técnico sabia que quem realmente manda é um dos jogadores do elenco? Aí mora o real problema do Fluminense.

Lembram quando eu falei no início do texto que iríamos falar sobre responsabilidade? Agora chegamos no ponto, meus caros. Analisando friamente todo o atual panorama do futebol tricolor, sabe quem são os reais culpados por tudo estar do jeito que está? O agora ex-Vice-Presidente da pasta? Não. O Conselho Deliberativo do clube! Sim, eles mesmos. E por quê eu digo isto? Por que a escolha do atual responsável pela pasta passou pelo crivo deste conselho.

A escolha do atual vice-presidente foi pensada pelo grupo político que apoia gestão, ressaltando que este possui maioria no Conselho, possivelmente baseada em duas condições: a atuação do advogado no julgamento ocorrido no fim do Campeonato Brasileiro de 2013 (onde caiu nas graças da torcida, mesmo defendendo desnecessariamente uma causa que já era considerada ganha a favor do clube), assim como a atuação do mesmo na arrancada de 2009 (de acordo com as afirmações do próprio). Foi realizada uma votação no Conselho para aceitação do nome para o cargo, mesmo tendo em vista que a situação gerasse um conflito de interesses, já que o advogado seria um misto de diretor jurídico e vice-presidente de futebol (além de participar do processo de seleção de jogadores para o elenco de futebol do clube como vice-presidente de futebol, o mesmo ainda ficaria responsável como diretor jurídico por analisar juridicamente os contratos e distratos feitos entre Clube e jogadores). E mesmo com esta situação temerosa, a aceitação do advogado para o cargo foi aceita pela maioria do Conselho (onde também foi aceita a indicação de Fernando de Simone, ex-membro do  grupo político, para o cargo de Diretor de Futebol). A dupla gozava de tanto prestígio por parte do grupo político, que em uma das reuniões do conselho uma das suas proeminentes lideranças afirmou categoricamente que "o futebol do Fluminense nunca esteve em mãos tão preparadas em toda sua história" (e pra quem duvida, esta afirmação está gravada, padrão ocorrido em todas as reuniões).

E então vieram os péssimos resultados. As eliminações vergonhosas. O desconhecimento do funcionamento de um departamento de futebol. O comportamento vergonhoso como gestor do departamento (onde vimos o advogado humilhar roupeiros e auxiliares do Madureira no jogo que valia a classificação para a fase final do estadual passado, o abraço no Wellington Paulista em uma comemoração de gol, entre outras). A total falta de comando no futebol do clube. E hoje em dia o advogado, que para o referido grupo político era o candidato para manter o legado deixado pelo presidente Peter Siemsem (de acordo com o pensamento geral do grupo político), perdeu todo o prestígio que possuía por conta dos seus próprios atos enquanto ocupou o cargo e foi convenientemente abandonado pelo referido grupo (que já vinha há algum tempo atacando frontalmente suas crias - Mário Bittencourt e Fernando de Simone). E chegando ao ponto onde durante a manhã de ontem o advogado demitiu o treinador e, pouco antes do anúncio oficial da demissão, o presidente exonera o advogado do cargo de vice-presidente, assim como também o diretor de futebol, alegando posteriormente que o advogado esteve mais preocupado com seu projeto pessoal de ser presidente do Clube em detrimento das funções do cargo.

Quanto a você sócio e/ou torcedor, não se deixe enganar:

1 - Pra quem acreditou na justificativa do presidente usada na coletiva pra justificar as demissões do departamento de futebol, não se engane. Tanto ele quanto o grupo político que o apoia sabiam que o ex-Vice-Presidente estava fazendo campanha política desde 2013. E tudo o que ocorreu no futebol do clube de 2013 até agora era sim sabido por estes. Todos são tão culpados quanto o próprio advogado;

2 - Com a queda do departamento do futebol, começam as especulações sobre quem serão os nomes a assumir os cargos. Alguns nomes aparecerão baseados em histórias recheadas de meias verdades;

3 - E com a chegada dos novos nomes para o departamento, será que estes conseguirão quebrar o poder paralelo existente no futebol do clube de forma que o novo técnico a ser escolhido possa fazer o que for preciso para formar um time competitivo?

Agora meu caro conselheiro, seja mais honesto com a torcida e pare de terceirizar a culpa dos problemas atuais do time para os jogadores ou mesmo para a torcida. Assuma, assim como todo o restante do Conselho, o seu quinhão de responsabilidade de terem colocado em um cargo tão importante para o clube pessoas que não possuem competência para as funções. Aos que apoiaram abertamente o incapaz advogado e o diretor de futebol, e que agora os largaram aos leões, assumam suas responsabilidades. Por que dar chilique nas redes sociais ou blogs é que realmente não mudará os problemas do Clube.

Será que seria pedir muito que alguns dos responsáveis diretos pela atual situação se preocupem mais com o Fluminense do que com seus projetos pessoais ou gosto pelo poder?


Alexandre Nogueira
Sócio-Futebol e Membro do Esperança Tricolor

22 de fevereiro de 2016

Quem TV, tem o direito de saber.

Esperançosos Tricolores,


A discussão em curso no futebol brasileiro, envolvendo a entrada do Grupo Turner nas transmissões do Campeonato Brasileiro a partir de 2019 em concorrência com o dueto Globo/Globosat e principalmente o posicionamento de alguns clubes em assinar com o conglomerado norte-americano (representado no Brasil pela emissora de TV paga Esporte Interativo), obriga-nos a indagar sobre a linha de condução da direção do Fluminense em relação ao tema.

Aparentemente imbuída de liderar ou ao menos estar na locomotiva de clubes que objetivam mudanças nas relações e direcionamentos do futebol brasileiro, estratégia claramente tipificada no apoio à criação e execução da Primeira Liga, nossa diretoria teria optado pela renovação com as Organizações Globo, ainda que tais rumores não estejam oficialmente confirmados. Evidentemente que sem saber os termos do negócio qualquer análise pode ser contestada, mas alguns pontos chamaram-nos a atenção, notadamente sob o aspecto financeiro.
Em nota oficial, o canal Esporte Interativo informou que apresentou uma proposta aos clubes que consistia em até nove vezes mais o arrecadado com TV fechada (a atual transmissão que ocorre através dos canais SporTV 1, 2 ou 3, não incluindo o PPV), no valor total de R$ 560 MI, divididos 50% igualmente, 25% em razão da classificação do torneio anterior e 25% em face da audiência proporcionada pela equipe (sem maiores detalhes sobre os mecanismos de medição). Ainda que não esteja explícito, tudo leva a crer que tal montante seria atingido no caso da concordância dos vinte clubes ou de todos, já que não se sabe ao certo como foi a precificação. Por conta da lei, apenas a concordância dos dois clubes permite a exibição de uma partida e para a transmissão de qualquer jogo obrigatoriamente ambas as equipes devem estar acordadas com a emissora.

A proposta da Globo consiste num valor completo de 1.1 Bilhão de Reais, incluindo-se também a tv aberta e o PPV. Não se sabe ao certo a relação entre o montante destinado à TV fechada e o valor global, mas segundo especulado tal repasse monta entre 11 e 14% do total. Para efeito de cálculo, admitamos que tal percentual atinja 20% (número talvez superestimado), o que daria R$ 220 MI a serem divididos entre todos os clubes, orçado 2.5 vezes menor do que a proposta da Turner. Evidentemente que a variável "dinheiro" não pode ser a  única a ser avaliada num acordo desse naipe, mas inegavelmente tem um peso bastante grande, principalmente quando falamos de um compromisso no mínimo trienal.

Com poucas informações consolidadas, cabe citar também o exposto pelo vice-presidente do São Paulo, Athaíde Gil Guerreiro, que abriu as duas propostas para apreciação no Conselho do clube paulista, conforme reproduzido abaixo. O proposto pelas Organizações Globo aparentemente apresenta algum avanço na questão de se evitar uma espanholização do campeonato, notadamente quanto à distribuição dos valores. De outro modo, preocupa bastante a inclusão de premissas que teoricamente não valem para outros clubes, já que as luvas no valor de R$ 60 MI seriam uma benesse ao SPFC.


Proposta da Globo:

- O contrato seria de 2019 a 2024 com luvas de 60 milhões. A emissora não reduziria os contratos atuais como os outros clubes assinaram;
- A partir de 2019 não daria maior quantia ao Corinthians e ao Flamengo. A distribuição do valor de 1 bilhão e 100 milhões da TV aberta e da TV fechada ficaria assim: 40 por cento dividido pelos 20 times igualmente , 30 por cento pela classificação no campeonato e os outros 30 por cento pela exposição na TV.

Proposta do Esporte Interativo

- O clube receberia 40 milhões de luvas e 560 milhões somente da TV fechada que seriam divididos da seguinte forma: 50 por cento divididos de maneira igualitária entre os clubes, 25 por cento pela classificação no campeonato e 25 por cento de exposição na TV de acordo com o Ibope. Além disso o Esporte Interativo indenizará o São Paulo se houver retaliação por parte da Globo.


Tirando por base que ambas as ofertas sejam verdadeiras, rapidamente concluímos que a proposta do grupo Turner mantém-se mais vantajosa (lembrando-se mais uma vez que trata apenas da TV fechada), caindo por terra a possível perda financeira em caso de retaliação do Grupo Globo, já que tal prejuízo seria suportado pelo concorrente. É evidente que falar em indenização sem mergulhar nos valores, condições e ponderações pode soar um pouco raso, mas é um fator bastante positivo em prol do Esporte Interativo.

Mas deixemos um pouco as discussões monetárias de lado e cheguemos ao que talvez seja o cerne da questão. Uma decisão do gênero deve levar em conta uma série de aspectos conforme já expusemos acima, exatamente para que se opte pelo que melhor trabalha a relação risco/retorno para o clube. E nesse sentido o silêncio da diretoria chega a ser constrangedor, numa surdina de dar inveja a qualquer cemitério.

A atitude do vice-presidente Athaíde é correta, já que uma decisão de tal gabarito deve obrigatoriamente ter cunho público, bem como todas as opções disponíveis. Não só os conselheiros do Fluminense, mas principalmente seus mais de 6 milhões de torcedores têm todo o direito de ter a ciências das nuances e de todos os valores envolvidos, já que hoje os direitos de transmissão são a parte mais significativa do orçamento de qualquer clube do G12 e podem muito bem gerar distorções irrecuperáveis, como infelizmente vivenciaremos no triênio 2016-18 em relação a Flamengo e Corinthians.

O grupo Esperança Tricolor solicita ao Presidente Peter que clarifique as opções do Fluminense e que venha a público desmentir rumores de que o clube já teria aceitado a proposta das Organizações Globo, sem nenhum debate interno ou contraponto. Ainda que existam questões sigilosas em várias situações, definitivamente este não é o caso. Todos nós temos o direito de saber.


Saudações Tricolores,
Esperança Tricolor

P.S.: Quanto ao último jogo, só iremos nos pronunciar sobre o futebol que o time vem jogando caso ocorram duas condições:
1 - A mudança considerável no estilo de jogo do time, caso o time passe a jogar um futebol muito melhor do que vem apresentando nos últimos seis meses;
2 - A mudança de TODO o departamento de futebol do clube.
Caso uma destas mudanças ocorram, voltaremos a falar sobre o futebol do clube.

17 de fevereiro de 2016

This is Sparta!

Estimados tricolores,


Isso aqui é Esparta! Isso aqui é Fluminense!!!! Há quanto tempo sofremos, brigamos, nos estressamos com e por esse time? Nós merecíamos uma vitória assim, na raça, ganha no sofrimento, no grito, com dois, DOIS, pênaltis a nosso favor, fora, num estádio cheio para os padrões Fifa do futebol politicamente correto atual. 

E por falar em politicamente correto, falemos do craque do jogo: Diego Souza. Um jogador sem mimimi, que joga com raiva, bate pênalti sem frescura. Nos sacaneou? Sim. Foi um idiota quando jogava no flamengo? Sim. Escroto? Sim. Mas fez 3 gols, jogou muito, acabou com o jogo e ainda foi matador na entrevista do intervalo: quero ganhar, meu amigo! 

Essa atitude que todos pedíamos. A defesa falhou, o Cavalieri segue péssimo na saída do gol em bolas cruzadas, o Giovani marca muito mal e o Henrique está fora de forma e sem ritmo. Mas ganhamos! Desde agosto não ganhávamos duas seguidas. Cícero, Marco Junior, Pierre, Douglas e um pouco Scarpa. Ajudaram e muito o Diego. 

Será que o time de guerreiros voltou? Cedo para dizer. Mas o 4-4-2 simples como feijão com arroz resolveu o 4-2-3-1 famigerado e xexelento. Hoje é dia de dormir em paz com a alma lavada e a consciência tranquila. Domingo tem fla x FLU. Esperamos que com mais uma vitória com cara de Fluminense. O Fluminense histórico, centenário, sofredor, lutador e vitorioso. Queremos nosso Fluminense de volta! Hoje parece que voltou.


Esperança Tricolor

15 de fevereiro de 2016

Ouro de tolo

Queria escrever um texto sobre a vitória de ontem me inspirando em uma canção. Por algum motivo o qual não sei explicar, decidi escolher como inspiração para este texto a canção "Tente outra vez" do genial Raul Seixas. Fui ao youtube e busquei a música e a ouvi uma primeira vez para reunir a inspiração necessária relembrando os lances do jogo, porém, percebi que havia algo de estranho. Repeti a música por três vez e continuei a relembrar os lances do jogo, mas tudo ainda estava muito estranho. Resolvi relaxar e ouvir então outros sucessos do mesmo cantor. E após ter ouvido outros sucessos como "Gita", "Cowboy fora da lei", "O carimbador maluco", "Metamorfose ambulante", eis que então surge "Ouro de tolo" e infelizmente, de certa forma, tudo fez sentido.

"Ah, mas já vai começar a corneta após a vitória. Essa oposição, francamente, viu?". Tem gente que vai pensar assim. Não quero recriminar quem pense desta forma, porém a vitória de ontem, assim como a vitória contra o Bonsucesso, ocorreu muito mais pela fragilidade dos adversários do que por méritos de uma melhora do plano de jogo tricolor. Ouro de tolo, como o título da canção diz. Digo isto porque ontem os mesmos problemas continuaram sendo repetidos. A apatia dos jogadores; a falta de contundência nas jogadas; a pouca compactação entre as linhas em campo; o posicionamento ruim, aliado às deficiências técnicas dos laterais que continuam deixando avenidas para os adversários; a larga amplitude dos jogadores em campo (entendam por amplitude a distância que os jogadores ficam uns dos outros em campo, medida de uma lateral a outra do campo); e a péssima forma física de alguns jogadores (sim, sei que estamos em início de temporada, mas é notório que a preparação física do Fluminense é deficiente se compararmos com outros times).

A única grande diferença que o jogo de ontem apresentou foi o fato do time ter saído do 4-2-3-1 e jogado no 4-4-2 padrão inglês, já que Diego Souza se manteve muito mais como outro atacante de pouca movimentação do que como meia. Só não sei se isto ocorreu por recomendação do técnico ou por conta da falta de preparo físico do jogador. De positivo mesmo em relação a toda partida, tivemos apenas o belo gol do Cícero. De resto, o time foi mais do mesmo.

O time fará três jogos que representam um desafio muito maior que os três últimos (Cruzeiro pela Primeira Liga, Flamengo e Botafogo pelo estadual). E me preocupa muito o resultado destes jogos tendo em vista os problemas que o time vem apresentando. Em caso de derrota nestes jogos, certamente o treinador não terá forças para ser mantido, já que o seu aproveitamento no comando do time é ruim. Vocês verão pessoas tentando contemporizar esta situação, dizendo que o técnico assumiu uma bomba; que só não levou o time para a final da Copa do Brasil por conta da arbitragem (situação que eu discordo frontalmente, já que o time foi eliminado por conta do resultado do jogo de ida e não pelo jogo de volta); que nos salvou do rebaixamento (outra situação que eu discordo); ou que não temos que levar a sério o estadual, por conta da briga política entre Clube e Federação. Nada disto muda ou ameniza fato de que desempenho do time é fraco e os erros que vemos hoje em dia já eram apresentados no ano passado.

Você pode achar que minha reclamação é feita por politicagem. Mas não é. Só me incomoda demais ver o Fluminense jogar "isto" que vem jogando hoje em dia (me recuso a chamar de futebol); incomoda ver tanta passividade da torcida em relação ao péssimo desempenho de certas figuras que participam da gestão do clube; incomoda ver a total falta de comando do futebol tricolor (ou, possivelmente, o comando por parte de quem NÃO DEVERIA estar comandando o departamento); incomoda a falta de cobrança por melhores resultados no clube como um todo; E incomoda mais ainda as meias verdades lançadas para justificar algumas decisões tomadas. Da forma como as coisas vão, só quem perde é o próprio Fluminense e nós, por consequência.

Caríssimos, isto que vemos hoje não é o Fluminense que todos conhecemos. Reconheço que a gestão fez alguns acertos, como a revitalização de Xerém e a renegociação das dívidas do clube. Mas não podemos achar que só isto basta para elencar o Fluminense a um futuro próspero e de títulos. É preciso muito trabalho, tendo em vista o que ainda vemos de errado no clube. E tenham certeza de que há gente muito preocupada em melhorar o que já existe. E nenhum destes ligados aos "possíveis candidatos" que andam sendo ventilados por aí (se é que estes conseguirão mesmo se candidatarem).

Confiando que o verde da Esperança ainda fará com que coloquemos o Fluminense no seu devido lugar,


Alexandre Nogueira
Sócio Futebol e Membro do Esperança Tricolor


Se liga no recado:

- O Twitter é uma ferramenta muito legal. Mas tem um pessoal que repete um discurso errôneo (ou infantil, eu diria) de que "a oposição odeia quando o Fluminense vence" como um mantra. Sério mesmo?

- Há um perfil fake que costuma aparecer em momentos específicos com a desculpa de "querer informar a torcida com informações importantes de bastidores". Mas no último sábado, quem viu o seu reaparecimento entendeu que a ideia do perfil não é realmente esta. É defender uma certa pessoa ligada à gestão. Não se deixem enganar.

12 de fevereiro de 2016

Cobertor curto

Estimados tricolores,


O que estamos vendo nesse início de ano é mais do mesmo. Há muito tempo nossas campanhas no Estadual são assim. Ganhamos um jogo dos Bonsucessos da vida, empatamos com Madureiras, perdemos de Boavistas. Depois vem os clássicos, perdemos, nos classificamos para as finais aos trancos e barrancos e invariavelmente perdemos para Botafogos e Vascos que jogam com mais raça, raiva e vontade contra nosso time. Aí o treinador é demitido, vem um novo para o Brasileiro e a roda segue girando. Então nos resignamos e aceitamos? No nosso entendimento não. Claro que é muito mais fácil falar de fora. Ser pedra sempre foi mais fácil do que ser vidraça. Administrar um clube de futebol com tanta pressão como qualquer time grande tem, é um exercício de inteligência, paciência e que exige firmeza na maneira de pensar. Se você toma decisões sem estar seguro delas, certamente naufragará.

O que se vê no departamento de futebol do Fluminense de hoje é um vácuo de poder ocupado por pessoas que não têm o preparo para isso. Todos mandam e ninguém tem razão. A bagunça é generalizada, há quebra de hierarquia todo o tempo e as soluções encontradas são sempre as piores possíveis. E o resultado dessa confusão, dessa ânsia por poder desenfreado, desse excesso de vaidade e personalização, é o que temos visto em campo desde 2013. Se o Presidente Peter realmente quer encerrar seu mandato sendo reconhecido e recordado como um dos bons presidentes que tivemos, ele precisa agir já antes que seja tarde. A demissão do Eduardo Batista, assim como as demissões do Cristovão, Drubscky, Enderson, será um paliativo. Essas demissões resolveram um problema pontual, oxigenaram por um período mas não acabaram com o desafio.

Para que o futebol volte a ser vitorioso o Presidente Peter precisa demitir tanto o Mário Bittencourt quanto o Fernando Simone. Eles são os responsáveis pelo fracasso que nos persegue faz tanto tempo. Já é hora do Fluminense ter no seu departamento de futebol profissionais de verdade. Que entendam do riscado, tenham experiência comprovada e possam gerir o carro chefe do clube. Nós já demos sugestões de nomes. Existem no clube pessoas com experiência que podem fazer um trabalho melhor do que o Mario, tal como o Júlio Domingues por exemplo. Se o Presidente procurar dentro dos quadros de associados, encontrará outros também qualificados para o cargo de VP. E nomeado esse VP, esse terá a obrigação de procurar um Diretor de Futebol de verdade. Alguém com cancha, rodagem e que saiba administrar elencos e vaidades. Existem nomes com mais experiência e nomes em desenvolvimento. O Corinthians apostou no ex-jogador Edu. A Parmalat fez uma aposta no passado no Brunoro, que veio do vôlei. Enfim, existem nomes que podem produzir muito mais, lembrando que o diretor pode ser remunerado e um profissional do clube.

Ato seguido esse diretor deve contratar um treinador de verdade. Chega de apostas. O Fluminense é um clube muito grande e com muita pressão interna e da mídia para ter treinadores aposta. Não funciona. Não somos assim. O perfil do Flu exige um treinador forte. Somente como exemplos, já que alguns não estão disponíveis ou não são a solução para o momento, nomes como Tite, Muricy, Cuca, Abel, Levir Culpi. Treinadores com casca, que saibam se impor ao grupo, a mídia, aos atores do meio. Que saibam montar um time, treinar, que não se assustem com os resultados, que não tomem decisões equivocadas na hora de substituir nem se precipitem. Que não achem que a solução quando está perdendo é colocar 5 atacantes e quando está ganhando 6 zagueiros. Que trabalhe as opções de esquema tático em função dos jogadores disponíveis, que trabalhe e ensaie jogadas de falta, bola parada, laterais. Enfim, que realmente prepare o time para o que as competições profissionais exigem.

Feitas as escolhas do VP, Diretor e Treinador, esses 3 de maneira conjunta devem formar uma comissão técnica permanente e de nível de um Fluminense. Nomes do quilate do Fabio Mahseredjian, Nilton Petrone (que já está no clube), Carlos Pracidelli, Paulo Paixão, são o perfil de profissionais que devem formar essa comissão. Nada de apostas, parentes, amigos. Nomear um assistente técnico permanente com formação correta, que possa realmente agregar ao clube, como por exemplo fazia o Milton Cruz no SP.

Para finalizar, essa nova diretoria precisa também rever nosso scout. As soluções encontradas são sempre fracas e as piores possíveis. Porque não se buscam jogadores no mercado sul americano como até mesmo o Botafogo tem feito? Porque sempre temos que girar na mesma direção, todo ano falando em Conca, Thiago Neves, Nem? Porque não buscar jogadores em baixa na Europa que aceitem vir jogar no Brasil? Para isso é preciso saber pesquisar. Opções existem mas como um departamento de scout formado de voluntários, sem ferramentas adequadas, sem preparo, nunca sairemos do lugar e os erros se repetirão. Formaremos elencos desbalanceados, com jogadores de perfis ultrapassados e que nunca renderão apropriadamente.

Enfim, o clube precisa é se profissionalizar. Chega de apostas, quer seja na gestão do futebol, na comissão técnica ou em campo. O futebol de hoje em dia exige seriedade. Num cenário de pouco dinheiro os investimentos precisam ser cirúrgicos e para serem cirúrgicos precisam de gente que entenda de verdade. Atue já presidente Peter. Não morra abraçado com conceitos que tem dado errado. O Fluminense não pode ser refém de um plano de poder. dirigentes e jogadores são passageiros. O Clube é eterno!


Esperança Tricolor

4 de fevereiro de 2016

É Bom o Sucesso!

Esperançosos Tricolores,


Após atuações bastante ruins nesse início de temporada, finalmente voltamos a vencer, ainda que a goleada por 4x0 tenha sido sobre um desfigurado Bonsucesso, cujo time 100% completo já não deve jogar nada muito parecido com futebol.

Envolto em mais uma polêmica na tarde que antecedeu a partida, já que segundo informações da Rádio Transamérica teria se recusado a atuar na Florida Cup por conta da presença de Ronaldinho, Fred marcou dois gols mostrando a habitual frieza na hora de finalizar e igualando a marca de 164 gols pelo clube do inesquecível Telê Santana. O triunfo também deve aliviar um pouco a pressão sobre o treinador Eduardo Baptista, outro citado na reportagem acima, cujo respeito dos jogadores teria sido conquistado muito em parte pela recusa de escalar RG desde o início nos jogos em solo ianque.

Ainda sobre o jogo e como já dito, com o devido cuidado em face do quase amador adversário, há de se ressaltar também a boa atuação do trio Pierre/Douglas/Cícero e o retorno do lateral Giovanni, aparentemente mais indicado que Léo ou Ayrton para a titularidade neste momento.

Agora resta-nos aguardar uma partida contra um oponente mais qualificado, talvez já com Diego Souza (espera-se que tenha emagrecido) e que as contusões deixem de nos assolar nesse início de ano. O elenco se não é excelente, de modo algum pode ser considerado ruim, sendo obrigatório evoluir consistentemente.

Passando rápido pelo campo político, o Esperança Tricolor segue no seu norte inegociável de ouvir e conversar com todos que tenham boas propostas para o clube e principalmente compactuem dos nossos ideais e direcionamentos. Em breve, teremos novidades.

Saudações Tricolores a todos!
 
 
Esperança Tricolor


1 de fevereiro de 2016

Derrota atrás de derrota

Estimados Tricolores,


Derrota atrás de derrota. Pressão por troca de treinador. Mais uma. Para vir quem? Cuca, Abel e Levir são excelentes opções, mas virão? Será que o Fluminense encontrará um treinador que acerte seu time? Desde 2013 o melhor que passou aqui foi o Dorival. O resto foi mais do mesmo.

Acho que o momento é de reflexão. Começaria de cima para baixo. Será que temos uma diretoria de futebol que entende do assunto? O Mário e o Fernando tem a competência para gerir um clube em que tudo vira uma panela de pressão? Os dois estão focados? A meu ver nenhum dos dois deveria estar aonde estão. São fracos.

Vamos para a comissão técnica. O Fluminense precisa se profissionalizar. Como clube grande precisa ter uma comissão de ponta e permanente com os melhores profissionais do meio. Hoje não temos. Com exceção de um ou outro, seguimos com profissionais que não tem a oferecer o que o clube precisa.

E o treinador? Começo dizendo que não é o treinador dos sonhos e muito menos o indicado para o Fluminense. Temos um clube que vive numa panela de pressão, que tem uma torcida estressada e critica. E para controlar isso, precisamos de um treinador forte, que segure o rojão. Somos o tipo de clube que sempre precisa ter treinadores tops. Sempre que os tivemos, casos recentes do Abel e Muricy, saímos ganhadores. Treinador aposta sempre fracassa no Fluminense. Reforço também outro conceito que tenho: não traria o Eduardo mas já que o trouxeram sou contra demitir agora se não for para trazer um treinador top estilo Tite, Cuca, Muricy (são exemplos somente e não nomes exatos ou possíveis, até porque 2 estão empregados e o Cuca não quer trabalhar agora).

Dito isso, o Eduardo parece um treinador inteligente e com conceitos interessantes. O time tem um posicionamento claro em campo, não dá chutões, mantém a posse de bola, forma os famosos triângulos da moda e aposta no toque de bola para chegar ao ataque. Foi possível perceber isso nos jogos contra o Inter e o Atlético PR. Mas tem sido um time estático, que não pressiona na marcação, coisa que já vimos com o mesmo Eduardo no comando. Falta agressividade, gana de ganhar, profundidade. O time é sonolento e ataca com poucos jogadores. Por mais que se tenha boa vontade, fica difícil suportar tantas derrotas. Desde 2013 vivemos nosso pior período com derrotas em sequência.

E para se auto sabotar, ontem o Eduardo deu mais munição aos seus críticos com as incríveis substituições que realizou. Inventou o  Magno Alves no lugar do Edson com o time perdendo de 1 x 0 e aos 37 do primeiro tempo. E deixou em campo o Scarpa e o Danielzinho que não produziam no meio campo. Depois fez uma substituição de desespero e terminamos o jogo com duas improvisações na defesa, sem volantes e com 4 atacantes.

Já com relação aos jogadores, é quase unanimidade que temos esse ano um elenco melhor do que o horroroso elenco de 2015. Pelo menos no papel temos jogadores melhores. Mas o ano começou com muitas atuações ruins que nos deixam com a pulga atrás da orelha. A se destacar, negativamente, o Gum, que esse ano graças aos reforços deve ser nosso quarto ou quinto reserva. Segue muito mal e foi responsável direto por alguns dos gols sofridos nos últimos jogos. E o que mais me preocupa: Scarpa. Esse sim, pelo menos em teoria, será titular. Mas começou o ano disperso, sem interesse e na minha opinião é o principal responsável pela falta de agressividade que o time apresentou nos últimos jogos. Talvez até seja orientação do treinador, mas ele não pode ficar enfiado no ataque, aberto pelas pontas, sem se apresentar para o jogo e sem voltar para compor o meio campo.

E aqui chego ao que acho que é o maior erro do Eduardo esse ano. No esquema proposto, o tal 4-2-3-1, que nada mais é do que um 4-3-3 em que os pontas são pontas quando o time ataca e meias quando o time defende, os dois extremos precisam ter muita mobilidade e capacidade de ir e voltar. Se não fizerem isso os dois volantes e o meia centralizado não conseguem fazer a bola chegar no ataque. O mais preocupante é a falta de jogadores com esse perfil no elenco. E para piorar, Richarlisson e Felipe Amorim que parecem ter o perfil indicado, se machucaram. E o Nem não se sabe se virá, quando virá e como virá. Pelas características do nosso elenco, tudo indica que o esquema deve ser outro. Se fala num 4-4-2 tradicional com um losango no meio ou talvez um 3-5-2 que aproveite 3 dos 4 zagueiros mais habilidosos que temos esse ano, Marlon, Nogueira, Renato e Henrique.

O Eduardo se quer manter seu emprego precisará se reinventar rápido. Ou muda o esquema, adaptando a quem tem nas mãos, ou vai morrer abraçado com seus conceitos. E aí não importa se eu acho esses conceitos interessantes nem se o considero um treinador de futuro. Perderá seu emprego e com razão. Para vir quem? Espero que seja um medalhão. Senão em três meses estaremos discutindo mais nomes...


Danilo Fernandes
Sócio contribuinte e membro do Esperança Tricolor.