10 de outubro de 2015

Inversão de Valores

Estimados Tricolores,


Vivemos um momento de questionamentos e de transformação em nossa sociedade. O avanço da tecnologia encurta distâncias e acelera fatos. Daí a sensação de que o dia passa muito rápido e de que não damos conta de tudo. E isso gera um acúmulo de informações que atropelam o pensamento. A pessoa nem mesmo consegue fechar uma conclusão sobre algo, já surge um novo assunto. Vivemos a sociedade do imediatismo.

E quando esse atropelo vem somado a paixão, a sentimentos, piora. A emoção nubla o racional e reagimos como animais que somos. Assim fazemos quando o tema em discussão é o Fluminense, nosso amor e maior paixão para alguns depois da família.

Vivemos um momento conturbado da nossa história. Um clube de tanto sucesso e que construiu o futebol brasileiro, foi tomado por um grupo que pratica a manipulação nas mídias sociais e que prega e aplica o isolamento, afastando quem pensa diferente e não se abrindo a novas ideias. São personalistas e arrogantes ao pensar que somente eles são do bem, entendem de Fluminense e querem o melhor pro clube. Aplicam o que há de mais vil na atual sociedade que é a manipulação das massas, deturpando fatos e construindo situações inexistentes mas que ao serem espalhadas por seus soldados na internet, tomam vulto de verdade. Soldados esses que são tão covardes ao ponto de não se identificarem. Não dão a cara a tapa. Não se expõem.

Já a dita Oposição, aparece. Seus líderes e pares externam claramente suas opiniões e gritam alto e publicamente quando necessário. Não brincam com algo que nos é tão caro: o Fluminense. Não manipulam, não fogem da luta. Não vestem a fantasia de cordeiro, quando por baixo são lobos. Não se fazem de bonzinhos para o público e vivem para o Fluminense sem pedir nada dele em troca dessa dedicação. O que o torcedor prefere? O falso que se esconde e diz o que você quer ouvir, manipulando seu pensamento e deformando sua visão? Ou o sincero, obviamente desde seu posicionamento, que reclama, critica e se expõe, mas tenta alertar para o que está errado? Preferem o elogio falso? A mentira?

Ontem vimos um excelente exemplo disso. A denúncia veiculada pelo jornal O Globo sobre a situação do Sr. Mário Bittencourt. Analisemos os fatos.

A maior indignação foi sobre o momento, considerado inoportuno diante da ameaça cada vez maior, e ignorada por muitos que não deveriam, de rebaixamento, aliada a classificação as semifinais da Copa do Brasil que pode salvar um ano pífio.

A situação no seu afã de manipular o torcedor se aferra ao discurso de que esse é um ano de reconstrução e por isso a dificuldade e os péssimos resultados. Omitem do torcedor o grande fluxo de receitas e o péssimo aproveitamento do mesmo, aplicado em ações entre amigos com a contratação de pessoas de acordo com a afinidade com o grupo de poder num quebra cabeça político de corar o Congresso Nacional.

Além disso, escondem que aplicaram esses recursos na contratação de jogadores ruins, usando critérios técnicos questionáveis (lembrem-se da declaração do Mario de que o Magno era seu ídolo de infância como se isso justificasse algo). E jogador ruim traz prejuízo. Você gasta mal o seu orçamento ao não ter benefício técnico. Hoje temos milhares de reais desperdiçados em jogadores afastados por razões geradas pela falta de comando reinante, aonde o chefe acha que deve ser amigo íntimo dos empregados, numa situação de intimidade e idolatria que destrói a capacidade de gestão e disciplinamento do grupo, resultando em brigas, discórdias e formação de um grupo dominante que dita as regras por critérios não técnicos.

Então o momento era ruim? Talvez sim. Mas será que os jogadores deixarão de produzir em campo por causa da matéria do Globo? Se sim, vivemos um momento realmente único no qual o Fluminense não importa para os jogadores mas sim o Mario Bittencourt e o cenário político. Ou seja, jogadores que ganham fortunas, além de perderem a motivação como fizeram esse ano por temas como falta de bicho, também deixarão de jogar porque seu VP foi denunciado. Será mesmo? Então jogam por quem? Pelo torcedor? Pelo clube? Ou por seu amigo que os agrada com o que o clube lhe permite oferecer? Desculpem mas total inversão de valores. Conquiste o respeito dos jogadores porque os respeita e não porque os trata como amigos. A relação pode ser fraternal mas exige liderança e respeito ao clube, aos seus poderes e a sua torcida.

A crítica deve se basear na legalidade  e na ética do acordo denunciado. Pode ser legal juridicamente mas será correto? O clube tem um estatuto. Claro e inquestionável. E que não permite a remuneração de VPs. É correto? No nosso entendimento não. Mas é a regra. Quem assume o cargo sabe que é assim. E isso que deve ser discutido. Ah mas ele não ganha como VP, dirão. Verdade. Mas acumular cargos é correto? Pode ser legal mas é ético?

Acreditamos que o escritório defenda o clube. Ótimo. Mas como foi contratado? Houve concorrência? Estamos seguros de que é a melhor opção? Porque esse e não outro? Há conflito de interesses? Foi aprovado e discutido com os conselheiros ou foi simplesmente tal qual se fez no orçamento de 2015, discutido dentro do grupo de poder?

A moda agora é dizer que tudo é político, que tudo é culpa da oposição. Manipulação do torcedor. Como se a situação não estivesse em campanha, vide a contratação do Ronaldo, totalmente eleitoreira e feita para jogar holofotes no candidato do poder, o VP de futebol, e vide também as declarações em redes sociais dadas pelo grupo, claramente sugestionadas e não espontâneas.

Sem citar o teatral abraço ao Wellington Paulista, vídeos de bastidores com lágrimas forçadas e alegria artística, temperados por entoação isolada de música de torcida após a vitória sobre o poderoso Madureira, com um constrangido jogador tentando apoiar, numa clara construção de uma personagem, de um líder do povo que não existe. E tudo começou, a campanha eleitoral, a construção desse líder forçado, com a teatralização excessiva do julgamento de 2013, totalmente desnecessária por ser causa ganha, destruindo a imagem do clube e expondo a ataques e constrangimentos o torcedor comum.

Nosso grupo seguirá a linha de sempre. Não precisamos dizer aos quatro ventos que somos de arquibancada e que vemos os jogos com nossas famílias. Somos torcedores presentes e seguiremos sendo. Seguiremos torcendo pelo sucesso do clube. Seguiremos lutando por isso. Mas não nos calaremos e não descansaremos enquanto esse mal que assola e assombra nosso Fluminense, seguir no poder. Queremos um Flu forte, vencedor, organizado e democrático. Tudo que não é hoje. Abra o olho torcedor. Não compre gato por lebre.


Grupo Esperança Tricolor

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