26 de abril de 2015

Vencer ou vencer

Estimados tricolores,

Já houve textos elaborados por gente muito mais brilhante e competente sobre Fluminense do que eu a respeito da discussão do "Vencer ou Vencer". Gente em redes sociais que se indignou com mais uma barbárie da atual gestão. Meu amigo André Horta me pediu para escrever algo sobre o tema e pensei em como não ser repetitivo. Veremos.

Me incomoda muito a falta de respeito a história. Talvez quando eu fosse mais jovem eu fizesse o mesmo. Achasse minha geração a melhor de todas, a que veio ao mundo destinada a ser revolucionária e mudar o mundo. Chamam isso de arrogância juvenil. Ou ignorância.

A ignorância não tem relação com estudos somente. Ignorar algo pode ser algo proposital feito por alguém ou por algum grupo que prefere não dar atenção a algo com alguma intenção.

Eu acredito na bondade das pessoas. Morei fora 6 anos e o que aprendi é que nós brasileiros temos uma característica diferenciadora: acreditamos primeiro para desconfiar depois que conhecemos. Então fico pensando: estou sendo exigente e crítico demais?

O Fluminense para mim não é uma paixão. O Fluminense é parte de mim. Acordo e vou ler as notícias sobre o clube. Tudo começou na arquibancada, nos jogos de futebol de botão, nas coleções de futebol card e chapinhas de refrigerante com fotos de jogadores. E hoje junto com minha família e meu trabalho, o Fluminense é minha prioridade.

Aquele que ignora, ou decide ignorar, sua história, desrespeita a si mesmo. A história existe não para deboches ou comparações, mas sim para ensinamentos. As experiências do passado enriquecem as mentes mais inteligentes e fazem com que as decisões tomadas no presente sejam mais corretas e precisas. Assim deve pensar um líder. Aprender com o passado, aplicar no presente e construir o futuro.

Para alguns o lema ou frase usada pelo Dr.Francisco Horta, "Vencer ou Vencer", não é significante. Muitos da nova geração nem sabiam o que era esse slogan e ignoraram o mesmo. A camisa verde foi o foco. O lugar do evento. As pessoas presentes. Os "Bozós" adoraram o evento. Tudo compreensível, mas e o respeito?

A questão do slogan se relaciona a isso. Respeito. Temos uma administração que entende que o Fluminense Football Club surgiu em 2011. Que até ali o Club era povoado de mentes que não sabiam pensar. De pessoas que não sabiam somar. Mas depois de 2011, se fez a luz. Esse grupo, que se julga acima de todos e do bem e do mal, rasga o estatuto do Club. Afinal estão construindo o novo Fluminense. E nele não há espaço para respeito a nada que não tenha sido escrito em seu blog.

"Explicar orçamento? Para que? Nosso grupo já aprovou."

"Limpar e cuidar do Club? Para que? Pros mimadinhos que lá frequentam? A gente não vai lá mesmo, gostamos de velejar!"

"Vencer ou vencer? Que isso?!!! Reescrevamos a história."

É isso que me incomoda nessa história, ou seria melhor dizer estória? A falta de respeito, a ignorância e a arrogância. O Fluminense Football Club não é um clube qualquer. Não rivaliza com Madureira, Ceará e afins. Não contrata apostas insossas. Não entra nos campeonatos para não ser rebaixado.

O que falta a esse grupo é algo simples: falta Fluminense na veia. Mas sem entender e respeitar a história nunca terão suas veias enriquecidas.

A pergunta que fica é: ignoraram a história? Ou foi um ataque infantil a um sobrenome? Ou foi falta de cuidado e atenção ao assunto? Pressa? Desleixo? A maioria da torcida da nova geração, que frequenta e discute o clube por redes sociais, achou normal. Nada demais. Até porque nem conhecem esse slogan. Em qualquer um dos casos o marketing e a administração desrespeitaram ao Fluminense na minha humilde opinião, talvez motivada pelo meu amor a história do clube. E pobres dos que não respeitam a si mesmos.

Danilo Fernandes
Sócio Contribuinte e Membro do Esperança Tricolor

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